domingo, 4 de maio de 2008

Do Rock Das Aracnídeas, Le Coup de Grâce


Mais um post atrasado, mas com conteúdo. Todos que me acompanham há algum tempo, devem se lembrar de que ontem(3/05/08) eu iria tocar junto com exímios músicos.
E eu toquei.
E como diriam os jovens de hoje em dia... FOI MTO F0DA PORRA!!111um¹²²³²¹²¹
Nossa apresentação era a penúltima na lista, e segue a narrativa contando detalhadamente como foi.
Sabádo de manhã, pós feriado.
Não desejo esse mal nem para o pior dos meus inimigos, o mais ímpio dos ímpios, falo sobre acordar cedo de Sabádo e ir para a escola, mas essa foi uma ocasião assaz especial. Não ia para ver a panela musical, eu ia ser parte da panela musical.
Juntei as poucas forças que tinha, peguei minha guitarra, coloquei minha camiseta da equipe de jiu-jitsu(afinal, tinha que me preparar para possíveis brigas) e fui ao meu encontro com o destino. Ao chegar na escola, já começamos o dia mal:
"-Você trouxe amplificador?"
"-Não, Por que?"
"-Por que acabaram de avisar que era pra trazer"
Sorte que consegui pegar emprestado o amplificador de um guitarrista do 3° ano, e expresso aqui minha gratidão que não pude expressar no dia(por ansiedade da apresentação ou por simplesmente esquecer). Se expressei afinal, fica aqui a gratidão denovo.
Mas voltando ao dia, como nossa apresentação ia demorar mesmo, eu e o sujeito VL, nosso barítono, resolvemos repassar a música, e fizemos isso várias vezes.
Uma vez ou outra me acudiu a vontade de colocar a guitarra no gig bag e
dar uma volta pelo recinto e ver como iam as cousas. Tinham apresentações muito boas, algumas que mereciam destaque aqui, não irei cita-las. Não te quero cansar ainda mais, caro leitor.
Depois de muita espera, finalmente veio o chamado do destino, chamado esse que veio na forma de duas garotas uniformizadas:
"-Vocês são do rock das aranhas, não é? Vocês são os próximos depois das meninas, fiquem ao redor do palco"

Meu corpo todo se tremeu, e nem minha cobra entendeu, como é que pode duas aranha se...Digo, no momento em que ouvi isso, tremi. Era o momento em que sempre sonhei enquanto fazia air guitar na frente do computador, peguei a minha guitarra, coloquei a correia no meu pescoço, e fui para o palco.
Depois de uma longa espera, espera essa causada pelas cocótas que estavam tocando junto com CR, cocotas essas que vale notar, fazem aulas no mesmo conservatório que eu frequento, agora enquanto escrevo isso, lembro-me de ter visto o nome de uma no quadro de avisos da escola. Elas tem aula com o meu professor. Acho que essa semana ele vai ficar feliz em ouvir de nós. Quando elas sairam do palco, eu subi nele, com meu cabo em mãos, passei ele por dentro da correia da guitarra, e liguei-o no som. Após o ajuste para a guitarra só aparecer explicitamente no refrão, começamos.
Lembro ainda exatamente as palavras da anfitriã, palavras essas que provavelmente serão um marco na minha vida
"-Aqui está o grupo que todos estavam esperando para ouvir, o Rock das Aranhas!!"
(É, eu não sei exatamente as palavras, foi alguma coisa assim, ou bem longe)
A platéia estava agitada, as cocótas da outra sala gritando "POSSSSSSAAA". E após o lendário "1,2,3,4" semi microfonado, eu entrei antes, sorte que minha guitarr estava baixa. Era pra eu ter entrado no subi.
E lá fomos nós! SUBI NO MURO DO QUINTAL E VI UMA TRANSA QUE NÃO É NORMAL E NINGUÉM VAI ACREDITAR, VI DUAS MULHER BOTANDO ARANHA PRA BRIGAR, DUAS ARANHA, DUAS ARANHA!
Notei muitas coisas lá de cima do palco, mas nenhuma me chamou mais atenção do que a que irei contar agora:
Bem na minha frente estavam os pequenos, lá estavam eles, um NOS FILMANDO(queria muito poder entrar em contato com ele) e uma menina que estava nos olhando horrorizada, não simplesmente horrorizada, não sei adjetivos suficientes pra expressar o terror presente na expressão dela.

O apíce da música foi no final, a última parte foi simplesmente a melhor. Disparamos a gritar "É A MINHA COBRA, COBRA CRIADA, É A MINHA COBRA, COBRA CRIADA, É A MINHA COBRA, COBRA CRIADA, É A MINHA COBRA, COBRA CRIADA" enquanto tocava o acorde de C para concluir a música não pude me conter, e cantei também; "MINHA COBRA, COBRA CRIADA!". Mesmo sem microfone, cantei enquanto movia minha cabeça em ritmo frenético. E por fim chegou o gran finale, lentamente desferimos o nosso último suspiro:

"Vem cá mulher (toquei o acorde de G aqui) deixa de manhã minha cobra(toquei F) quer comer sua aranhã(C aqui)"


O último veio com uma grande força, pois era pra durar durante o solo do CR, então, enquanto o acorde soava, eu comecei a mudar a posição no seletor de captadores, no melhor estilo Zakk Wylde(não podia deixar meu lado poser fora dessa). E terminei com um C. E foi isso. Depois disso só me lembro de ter questionado algumas pessoas sobre nossa apresentação e de ter carregado uma mesa com um bolo assaz pesado.
Quanto ao título: Não foi um Coup de Grâce afinal, não foi e nem será a ultima vez que tocamos. Mas todos hão de concordar comig o que é melhor do que escrever epílogo no título.
Sem frases bonitas por hoje.

Um comentário:

Possa, the young rebel disse...

expressar em palavras o q passamos e sentimos no palco eh um trabalho arduosamente complicado